quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Serenidade



Recentemente, percebi o quanto o meu julgamento pode estar equivocado. Percebi que as vezes o melhor conselho vem de quem a gente menos espera...e isso modifica um dia inteiro. Percebi que tenho sim amigos verdadeiros, capazes de chorar comigo e por mim ao tomarem para si minhas dores. Amigos que ficam com os olhos marejados por não conseguirem abrir os meus. Eu só preciso de entendimento...

Aprendi que a compreensão que eu busco só virá quando eu mesma compreender e aceitar minhas decisões. E aprendi que abraçar essa causa as vezes é mais complicado do que parece. Aprendi que um olhar da pessoa amada serve não só para dar conforto, mas também tem o incrível poder de renovar o coração, ainda que este coração não esteja lá muito bem. Aprendi que o perdão é sim atitude dos fortes. É preciso enfrentar os outros e a si mesmo para perdoar, e isso é uma grande batalha. Os fracos nunca perdoam. Aprendi que posso ser forte à minha maneira e que não preciso prestar contas do que sinto, embora as vezes ache isso necessário.

Aprendi que é muito fácil decepcionar uma pessoa...e que a decepção de um amigo, acaba em pouco tempo se tornando a sua. É só uma questão de tempo. Mas se você souber pensar de forma limpa, pode se livrar desse peso com mais serenidade. Aprendi que acima de tudo preciso ter serenidade, para mudar o que eu puder mudar e acima de tudo entender e aceitar aquilo que não posso. Aprendi que o perdão não me diminui como pessoa, mas me dignifica, visto que posso entender o erro do outro e entender também que qualquer um é passível de erro, inclusive eu.

Aprendi que posso não ser perdoada pelos outros, mas se for perdoada por mim isso basta. Aprendi que se as coisas não vão bem, não é o fim do mundo. Depende de mim fazer o melhor ou o pior com aquilo que me é dado. Aprendi que posso sofrer e me levantar mais forte em seguida e que me amar é as vezes é mais difícil do que amar ao próximo, já que conheço bem os meus defeitos. Aprendi que apesar de não ser perfeita, também posso ser amada, se não pelos outros, ao menos por mim.

Aprendi que também posso ser bonita, inteligente, simpática, desde que me sinta dessa forma. Os nossos sentimentos interferem diretamente na nossa visão de mundo e na forma como somos vistos. Aprendi que posso amar, mas só serei amada se me permitir ser. A vida é isso, um constante jogo de permissão e negação. Ao negar uma coisa, você a afasta de si. Ao aceitá-la, ela passa a fazer parte de você, do que você é. Aprendi que sou responsável pelas minhas escolhas e principalmente pelo que me torno através delas. E aprendi que posso ter uma vida linda e que isso depende inteiramente de mim.

Sei que não sou perfeita e por isso não procuro perfeição em ninguém. Também não quero que procurem em mim. Sei que nem sempre meus amigos aprovarão minhas decisões, mas se forem amigos, entenderão minhas escolhas, embora não as aceitem. Sei que a vida pode ser um sobe e desce de emoções e que eu posso explodir em lágrimas ou risos, mas é exatamente isso que eu quero: me sentir viva.

Sei que com o erro se aprende...e é por isso que eu quero passar a vida errando. Para não acordar um dia e me ver perfeita...e acabar descobrindo que, em meio a preocupações desnecessárias, por causa de receios e medos, eu acabei desistindo dos meus sonhos, troquei o que queria pelo certo e me arrependi amargamente por isso. Aprendi que o sofrimento modela a alma, dá um polimento a mais no caráter e, mesmo que aos olhos dos outros não exista saída, eu sei que existe...porque na minha vida, sou eu quem abre as portas. Enfim, aprendi que sou o que sou, com meus defeitos e qualidades. E aprendi que minha vida é perfeita... e eu realmente não mudaria nada!

3 comentários:

. disse...

Belo aprendizado teve.
Belo post.
Beijos

Lurdiana Nunes Martins disse...

Também tenho aprendido muitas coisas!

Linda postagem!

Beijos!

Anônimo disse...

Nossa! Muitas vezes tenho impressão de que o que vc escreve saiu de mim, só que nem sempre consigo exprimir assim tão claramente como você, ainda mais ultimamente que ando tão à deriva nos pensamentos. É muito bom ver que anda se escontrando em seus encontros consigo mesma. Bjão e até logo!