segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Estrelinha



Quando falo de você, costumo confundir os verbos. O presente vem à boca como aquelas nossas conversas. Sei que o tempo leva muitas coisas, mas algumas vão ficando...ficando... As vezes penso em como a gente se engana fácil...e em como é fácil fazer planos futuros. Lembro das vezes em que, por você, deixei de fazer planos. Imaturidade...besteiras infantis. Me feria, procurando te atingir e o pior é que eu sempre conseguia! Penso em dias perdidos num universo paralelo. É que minhas lembranças foram sugadas por um buraco negro. As vezes bate um vazio da cor do espaço. Anti-matéria e Antigamente são uma coisa só. Coisas etéreas, eternizadas em alguma estrela. O céu tem tantas estrelas... Só que nessa constelação, o brilho é salgado. E esse Sol, mais brilhante que os outros, insiste em quebrar o gelo que a saudade construíu. Sem perceber, acabo sorrindo. É a felicidade morna de quem ouve ao longe cantigas de ninar...ou seriam cantigas do U2? Ramones, talvez...ou uma mistura de ACDC e Roupa Nova! Coisas diversas como os ingredientes dessa alma multicolorida que você criou à sua imagem e semelhança. Um planetinha que mira seu Sol. Te amo com a força de minha saudade...e esperança. O céu não é o limite! É um brinquedo que você inventou para que eu pudesse te ver melhor. Pretensão? Não...é só a realidade de uma estrelinha que acredita em sonhos. E quem não acredita?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Alguns esclarecimentos...



Não se preocupe com o que vou pensar. Não penso como a maioria. Não se importe com o óbvio... São coisas pequenas demais...tão pequenas quanto eu no seu vasto universo. Me acostumei a ser pequena, não no sentido doce...mas no próprio da palavra. Não que aceite, só não me importo. Se for me importar com as irrelevâncias de uma mente masculina, o que será de mim? De meu coração? Não...esse caminho é selado. Não se importe, não fuja...não te perseguirei com perguntas vazias de sentido e cheias de esperança. São coisas que não possuo...atitudes que não me pertencem. As palavras que deixo aqui, são para tirar de você o peso de uma suposta obrigação que não lhe cabe. Não corra! Não é minha intenção te alcançar... Eu só estou aqui...como qualquer outra pessoa comum. O que levo no peito, só eu sei. É imenso...ultrapassa as coisas desse mundo... Não se preocupe comigo... Você não me conhece. Nem eu me conheço... E nada disso importa... É assim que deve ser.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sem palavras...



É difícil entender o que se passa na cabeça desses chamados líderes mundiais. Diante de algo tão urgente quanto o aquecimento global, como eles conseguem adiar suas decisões, mesmo contrariando os interesses de milhões de pessoas? Afinal, eles representam essas pessoas...ou deveriam representar. Bem, isso é uma questão de lógica, teoria. Na prática, há interesses diversos em jogo. Trocando em miúdos, é dinheiro a ser gasto e isso incomoda. Engraçado é perceber que são sempre os países mais ricos os primeiros a não aceitarem as metas de redução da poluição. Não é por falta de dinheiro para investir em energia limpa, com certeza! O homem já domina tantas fontes de energia renováveis! Em alguns países como a Finlândia, a base da matriz energética é limpa (nesse caso específico, a energia é geotérmica). O que aconteceu com as células de combustível, as usinas eólicas, baterias solares, entre outros? Tanta tecnologia por nada? O que falta ao mundo para produzir esses meios baratos e ecologicamente corretos em massa? Acredito que essa inércia seja por causa do jogo de poder entre as potências. Investir em outras fontes de energia em grande escala implicaria numa mudança da matriz energética mundial. Isso inverteria os papéis, dando um destaque maior para os países que já fazem uso dessa energia limpa. Talvez isso explique, ao menos em parte, a dificuldade que enfrentamos toda vez que os líderes mundiais se reúnem para um "acordo". Não sei em que tipo de benefício eles apóiam seus argumentos. Afinal, diante dos fatos, não há o que se questionar. Se bem que até isso eles tentaram! A imprensa divulgou nota sobre um suposto vazamento de informações que colocaria em descrédito tudo o que hoje se sabe sobre o aquecimento global. Obviamente, não surtiu efeito. Isso porque o mundo inteiro sabe bem em que pé as coisas estão. De que vale uma suspeita de erro para famílias que perderam tudo em Bangladesh ou para um pai que perdeu hoje os seus 4 filhos num desabamento aqui, no Brasil? Diga para os famintos da África que a fome por lá vai aumentar daqui a alguns anos e aproveite para dizer aos retirantes nordestinos que a seca habitual de 100 dias vai perdurar por mais 30. Em seguida, diga aos desabrigados do sudeste que as chuvas vão aumentar cada vez mais. Ah, não se esqueça de avisar também que, com as mudanças de salinidade dos mares, causada pelo degelo das calotas polares, as correntes marinhas vão mudar de sentido...e com elas, os ventos. Explique que isso vai gerar furacões e tornados em proporções nunca vistas...e pior, ainda não se sabe onde eles vão ocorrer! Diga, diga tudo o que você sabe e vê...e depois diga que é mentira! Diga que os dados estão incorretos e que o aquecimento global é invenção! Diga a todas as pessoas que isso é loucura de alguns "ecochatos" e que as imagens das tragédias do mundo são jogadas da imprensa. Reduza a decadência da Humanidade a um jogo imundo por poder, dinheiro e influência. Negue! Cale-se! Seja indiferente. Faça isso e começará a pensar como os líderes mundiais. Mate algumas pessoas de fome, deixe outras desabrigadas e cause a extinção de algumas espécies. De que valem algumas pessoas, bichos e plantas frente ao nosso progresso? E se os Maias estiverem certos? Nosso tempo está se esgotando... Quantas reuniões vão ser necessárias? Até quando vai ser possível fugir?

obs.: Os dados citados ao longo do texto foram retirados dos sites abaixo e da edição do Jornal Hoje do dia 09/12/2009

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Apenas rosas...



O que sei dessa vida é a forma como ela termina. Todos, ricos e pobres, famosos e anônimos, têm o mesmo destino traçado no berço. Esse fardo não pesa: se arrasta! Viver pode ser uma arte, um vício, um acidente... Depende dos olhos de quem vê. Venho de um mundo de loucos, que acreditaram em suas causas e abocanharam seus dias com a fome da eternidade. E de fato, tornaram-se eternos. Meus heróis são pura música, mística, morte plástica que de tão surreal, não aconteceu! A morte vem com o esquecimento e a eternidade está ao alcance de uma melodia. Então, me afogo em versos perdidos no tempo e esqueço de todas as pedras pelo caminho. Uma rosa, um abraço carinhoso no mestre Cartola...alguns boleros e pequenas doses de samba. De que valem palavras? Minhas palavras roubadas de poetas mortos... Mas a morte é só uma invenção dos vivos... Penso nisso e tudo fica bem... A noite chega e leva o cansaço. Tudo é nostalgia... Lá fora, os galhos brincam sob o vento e levam embora o medo, já remoído pela saudade. Pequenas gotas de sal se misturam ao orvalho. São apenas detalhes, cristais ínfimos entre as rosas do jardim...


"Queixo-me às rosas,
mas que bobagem

As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim" (Cartola)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mengo!!!


Penso que os fatos comovem, modificam, alertam. Tenho fé na capacidade de indignar-se que as pessoas têm. Seja para o bem ou para o mal, somos capazes de coisas grandiosas. Coisas das quais temos orgulho ou que nos causam vergonha. Assisto jornais diariamente e me surpreendo... por incrível que pareça! É tanta bandalheira, tanta covardia, tantos absurdos que parecem banais... Esse é o problema: nossos absurdos são banais. Pouco me importa que uma criança seja atirada de um prédio se tantas outras estão sendo estupradas Brasil a fora. E de que vale mais um escândalo no senado se o destino desses canalhas, graças à nossa passividade, é o poder? Parece até um poder eterno. Aqueles que deveriam nos representar e servir são os que mais ferem nossa dignidade. Onde está a honra do brasileiro? Onde está nossa vergonha? Deve ter ido embora para algum paraíso fiscal, junto com uma infinidade de malas que levavam nosso dinheiro. Aliás, malas são coisas de antigamente. Hoje, por causa da "crescente violência", a moda é guardar dinheiro nas meias. Que coisa engraçada! Por que a verba para algo tão bonito quanto comprar panetones para famílias carentes precisa ser ocultada assim? Será que esse "nobre" deputado resolveu seguir o prinípio bíblico do "não saiba sua mão esquerda o que faz a direita"? Há, poupe-me! Nunca ouvi nada tão cínico em toda a minha vida! E pergunto: ele ao menos vacilou nas respostas dadas à imprensa? Não! Manteve a firmeza dos ímpios e a coragem dos nobres. Fantástico! Bem, esse é o meu país e esses senhores de terno que me chicoteiam a alma a cada novo pronunciamento são os meus deputados, ministros e senadores. Isso me incomoda? Certamente... mas incomoda a maioria? Hum, nunca vi ninguém que perdesse uma noite de sono discutindo o futuro da política nacional. Mas, se for para falar de futebol, a coisa muda...e as horas deslizam como suaves goles de cerveja. E por falar em futebol, não é que deu Flamengo no Brasileirão? Que coisa! "Uma vez Flamengo, sempre Flamengo..." A propósito, o que eu estava falando mesmo???




obs.: Que fique registrado, amigos leitores: Eu NÃO sou flamenguista... XD
Abraços em todos!!! =*

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Todas as Coisas...


Você tem o poder de uma chuva fria. Vai escorrendo pelo corpo, lavando o cansaço. Quase me esqueço da nuvem prateada que nos separa. Como anjos sem asas, seguimos um caminho longo, cheio de curvas sinuosas. São tantos perfumes e aromas... Em quais esquinas nossos olhares se cruzam? É o peso dos olhos...das mãos... Um calor insano que procura uma solução para essa urgência. É tanta coisa num instante só... É saudade de não sei o que! Como uma palavra que se perdeu em alguma boca... e não pode mais ser dita. Sentido... busco nexo para esse emaranhado de ideias como criança se lança ao colo da mãe. Não poderia suportar, não deveria poder...mas acho que posso. Essa inconstância me assusta! Incoerência de poderes e forças. Poderia deixar tudo se quisesse, mas será que quero? Só o tempo vai responder...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Particulares e particulandos...



Durante muito tempo eu quis fugir, deixar minha velha vida para trás. Então, enchi de sonhos a minha mala desbotada e fui abraçar aquilo que julgava ser o melhor. Se fosse ao menos um julgamento meu...mas eram apenas idéias alheias encrustadas na minha alma. Confesso que o desejo juvenil de buscar novos ares me impulsionou muito. Confesso também que não tinha preparo emocional para aquela mudança, ao menos não no momento. Mas mesmo assim, indiferente a tudo que fosse contrário, eu fui.

Levei na cara um bom tempo até entender como as coisas realmente funcionam...mas ter voltado ao começo me deu uma lição de vida. A gente sempre acha que o de fora é melhor, que estar longe é vantagem, que morar com uma turma de outros alienados programados para vencer é garantia de sucesso e que alcançar o que esperam de nós é de fato garantia de felicidade. Mas ninguém nos conta que a felicidade é alcançada nas pequenas coisas, que fazer tudo "como deve ser feito" não garante sucesso sempre e que bater por anos na mesma tecla deixa de ser persistência...e vira burrice. Não dizem também que somos os únicos responsáveis por nosso crescimento e que ter ou não lugar no mercado não depende de entrar numa faculdade X ou Y mas sim do que você aprende lá dentro e a forma como aproveita sua bagagem. Depende de como você sái e de não como entra!

Sei que aos olhos de muita gente "feita para o sucesso", opiniões assim não passam de justificativas para que uma fracassada se sinta melhor. Bom, a estes eu digo: só vivendo experiências que vão desde saír de casa aos 17, morar em cursinhos por dois anos, desenvolver transtornos alimentares, voltar para casa obrigada, fazer o curso pretendido ao lado do pai e em seguida perdê-lo, para saber como é. Não digo que perdi tempo. Ganhei maturidade para entender melhor as minhas escolhas e o que de fato tem importância na minha vida. Se eu ainda estivesse "lutando", talvez seria uma "felizarda" que passa em Federal. Mas eu sou apenas uma estudante de Direito numa particular. Que pena para mim... não terei o gosto de me jogar num gramado verde com outros "sortudos" hippongos que se julgam melhores que o resto da humanidade, nem vou usar minha "inteligência" para definir como o mundo funciona ou descrever a maneira patética com a qual a sociedade "evolui". Também não entrarei em manifestações duvidosas só para mostrar minha liberdade de expressão ou coisa parecida...

Não, sou uma humilde aluna de particular, que se contenta em abraçar seu curso com a mesma paixão de sempre, fazendo o melhor que pode a cada dia. Isso porque aprendi a não contar com respostas alheias nem me limitar ao ambiente onde me encontro. Meu sucesso depende de mim e não de professores ou instituições de renome. Até porque, muito do que estas instituições têm é realmente só o nome. Enfim, estou aqui, aluna de Direito da Faculdade Atenas, uma simples particular do interior. Isso me diminui como pessoa? Bom, só se eu for idiota como a maioria. Se me permitem dizer, sinceramente, não me importo com julgamentos fajutos e vazios vindos de pessoas vazias e limitadas. Sou aluna de particular, mas aprendi na escola coisas básicas, como a diferença entre "mal" e "mau". Paciência...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sorrisos, viagens e um pouco de chá...


Andei pensando...e acho que não sirvo mesmo para essas coisas de sentimento. É tudo tão vago e distante da realidade que nem parece real. Na maioria das vezes, não é real mesmo... Mas a gente se esforça para sustentar os sonhos e se agarra a qualquer sorriso como se fosse o último. 

Esse turbilhão frenético de lágrimas e flores deve ser uma forma simples de desenhar o amor. Digo desenhar porque figuras abrigam o infinito, variando sempre aos olhos de quem vê. Palavras não cabem nesse contexto. São limitadas e não suportam mais do que pode ser suposto em suas entrelinhas. Escrever sobre essas maluquices é assustador. Dá um gosto de qualquer coisa doce na garganta. Faz pensar que o mundo é uma aquarela louca de pessoas em sociedades alternativas.

O amor deve ser mesmo uma viagem alucinante que vicia ao primeiro contato. Algo lindo, etéreo, surreal e perfeito. Mas e quando a realidade invade a fantasia? Bom, é um risco, acontece. O que vale é a bagagem que se leva. Acho que os sorrisos são mais leves que as lágrimas, por isso as deixo para trás. Ter um coração leve faz de mim o que sou: uma sonhadora em seu mundo particular. Mas no meu mundo natureba e alternativo, o único vício permitido no momento é o consumo exagerado de chás. Que o amor é lindo, não tenho dúvidas. É até mesmo alucinógeno e viciante...mas o chá também tem suas vantagens e é muito mais seguro...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Heinn???


Aqui estou eu, mais uma vez, deixando caír da mente algumas palavras tortas...sem nexo. Já nem ligo, tudo que transborda impede que a alma exploda... Viajo nessa coisa torpe que me envolve. Quase dopada, me esqueço do dia que termina...e do outro que começa. As horas passam depressa. Tudo passa. No fim das contas, o que sobra do futuro? Nada muito além desse presente. Eu deveria pensar mais nas tragédias desse mundo...mas só penso na infinidade de outros mundos com tragédias piores. As crianças ainda morrem de fome...as da África e as do nordeste. Mas no nordeste tem palma...e a água suja que sustenta, então, tudo bem! O nordeste está para os coronéis assim como o Maranhão está para os Sarneys. Coisa boba...coisa pouca. E de que vale a minha vontade se até apagão vira arma política? A verdade, Veja bem, vai além da visão esquerdista. Vai além até mesmo das utopias petistas nas quais acreditei. Pensei que dar o peixe era uma urgência, mas me esqueci que é mais necessário aprender a pescar. O governo também se esqueceu. Amnésia eficiênte, fundamental para manter cativo o pobre brasileiro. Afinal, é importante dar migalhas que sustentem a miséria. Assim, mantem-se a dependência. Há muita coisa podre nessa República manchada. Coisas que eu sei...mas não entendo. O que eu preciso fazer para reagir? Talvez os caras-pintadas tenham a resposta...ou será que a Globo me ajudaria? Minha fé de brasileira me faz acreditar em dias melhores. Me faz até pensar em milagres. Mas essa fé, a mesma que me faz otimista, me cega e amarra os braços. Acreditar demais e lembrar de menos... Collor que o diga! Até quando?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Só saudade...


Acordei com gosto de saudade na garganta. Aquela que consome nas horas em que o Tempo se distrái. Fiquei assim, cheia de lembranças dos dias que não voltam, rodeada de sorrisos que já dei...e recebi. Tive medo daquele marasmo sufocante tomar conta de mim. Precisava respirar... Vejo quadros na parede. Olhos de papel impregnados de algo que não se apaga com os anos... Sempre os mesmos olhos, julgando e protegendo. Era tudo melancolia... Pequenas porções de vazio escorrem por entre os dedos. Pequenas porções de tristeza, salpicadas nos lençóis azuis. Seria o céu, não fossem as grades vermelhas. Liberdade falsa, felicidade ocre, sorriso amargo. Gosto de saudade... Sempre o mesmo gosto de saudade. Nunca tem fim.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mareando...


Hoje o dia fluiu devagar, como se quisesse escapar do próprio tempo. Acudi alguns rostos que se afogavam no meu mar de lembranças. Tormentos e tempestades castigavam a praia de areias mornas, pálidas. Na cabeça, um turbilhão de palavras que não ouso escrever. Quem ousaria? Noite fria. Momentos enraizados num lugar distante. Meus sonhos naufragam e com eles meu sono. Olhos calmos, cansados, marejados. Na maré baixa eu sigo recolhendo estrelas espalhadas pelo chão. O rio que salta dos olhos embala o mar como uma mãe acolhe o filho. Cantigas de ninar ecoam no horizonte. Ou seriam cantigas de saudade? Nem o mar pode dizer.

domingo, 21 de junho de 2009

É preciso...


Entender demais é um defeito. É preciso ter maldade para se preservar. É preciso se manter além da compreensão. É preciso ouvir aqueles que nos amam. E as vezes ouvir os que não nos amam tanto assim. É preciso também ouvir a si mesmo e até ter a ousadia de seguir os próprios conselhos. Se eles falharem, o julgamento será interno, nada mais. É preciso ter força, principalmente quando o coração pede coisas que a razão não pode dar. É preciso ter coragem para não voltar atrás depois de uma decisão tomada. Não se brinca com sonhos... que dirá com sentimentos. É preciso firmeza diante da vida, mais ainda diante das pessoas. Medos são atrasos. Receios são dispensáveis. Sonhos são possíveis, se forem buscados com os pés no chão. É preciso ter fome. Fome de viver, de lutar, de prosseguir. E mesmo quando ocorrem quedas, é preciso ter fome de vencer. É preciso ter coração limpo... É preciso que algo maior, além de todos nós, limpe-nos o coração e a alma. E que este mesmo Ser nos recolha a alma quando for chegada a hora. Porque é preciso ter fé. Uma existência sem fé é um salto no vazio... É preciso ter amor, não só pelos outros mas também por si mesmo. Amor direcionado gera possessão, doença. É preciso mudar, um pouco por dia. Mudanças trazem um ar dinâmico à vida. Nada sobrevive estagnado no tempo. É preciso ter tempo... tempo para viver cada coisa da melhor forma possível. E se não for possível, é preciso tentar... O sucesso não é algo que se compra numa loja de doces. A felicidade também não. Mas ambos são possíveis. Há quem diga que eu nunca fui feliz. Eu digo que não me conhecem... Sou feita daquilo que busco e isso me faz grande. Grande demais para caber num sorriso. As pessoas são apenas metade do que mostram. A outra metade é feita do que sentem... E o que eu sinto... deixa pra lá, não ia caber aqui mesmo...


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"Non je ne regrette rien..."

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Criança


Um dia eu serei uma criança daquelas que brincam dando piruetas no jardim. Sabe aquelas crianças brilhantes, que suspiram por qualquer coisa adocicada ou colorida? Pois é, serei dessas. Um dia, terei toda a leveza de uma apaixonada, mas sem o medo do fim. Quero ser uma apaixonada eterna. E que nunca me faltem paixões! Quero viver intensamente os meus dias...como vou vivendo...mas como uma criança. Pena não poder voltar no tempo. Que saudade daquelas coisas que o tempo leva... Coisas e pessoas. Maldito tempo... Mas que seja, pouco importa, porque já decidi ser criança. E que nunca matem a criança em mim! A graça da vida está em ver o mundo colorido, de olhar atento, olhar aprendiz. Como uma criança apaixonada, boba... Uma criança brincando de viver nesse lugar absurdo chamado mundo. Uma hora no céu, outra no inferno. Mas tudo bem, são apenas os dois lados de uma mesma amarelinha.
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"Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente, o sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão..."

(14 Bis - Bola de meia, bola de gude)

sábado, 18 de abril de 2009

Lembranças...


Abraço seu nome como quem abraça uma estrela. É algo distante, tão frio como seu último olhar. Ainda tenho nítidas na memória as melhores lembranças. Elas são como agulhas numa ferida aberta. Transpassam a alma, deixando um gosto de qualquer coisa amarga na garganta. Pode ser saudade... Nem eu sei. Já não sei de tanta coisa! Reviro meus livros e ouço as mesmas músicas tristes numa tentativa desesperada de entender que corações existem para serem partidos. Nessas horas, me junto aos poetas apaixonados que abrem o peito ao mundo. Eles choram... eu já chorei. O problema é quando não restam mais lágrimas. Aos poucos, a tristeza vira melancolia, um marasmo meio torpe. As vezes penso que tudo seria perfeito se o coração errasse menos. Por outro lado, o que seria do mundo sem as melodias que escorrem de um coração partido?


"Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer, que só me lembram que nada vai resolver. Porque tudo, tudo me traz você e eu já não tenho pra onde correr..." (Leoni)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Avessos



O avesso do samba, da bossa, do frevo
Avesso do nada, da guerra, do terço
Do rosário rezado às lágrimas,
com remorso dentro do peito
Avesso de tudo de todos
Avesso ao que não conheço
O meu mundo é assim,
Sorrisos incontidos, lágrimas escorridas
Felicidade que espera, felicidade partida
Meio pela metade, meio pelo começo
Meio prosa, meio verso
As vezes meio termo
Nada faz sentido, nada é tudo e sempre
Nada...nada e tudo!
Tudo sou eu, eu no mundo
Um lapso, uma música
Um verso...
A bossa nova inundando o jardim...
"Um dia na areia branca,
seus pés irão tocar..."
Verdade vos digo:
Poucos são os que sabem adentrar
os caracóis dos meus cabelos...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Serenidade



Recentemente, percebi o quanto o meu julgamento pode estar equivocado. Percebi que as vezes o melhor conselho vem de quem a gente menos espera...e isso modifica um dia inteiro. Percebi que tenho sim amigos verdadeiros, capazes de chorar comigo e por mim ao tomarem para si minhas dores. Amigos que ficam com os olhos marejados por não conseguirem abrir os meus. Eu só preciso de entendimento...

Aprendi que a compreensão que eu busco só virá quando eu mesma compreender e aceitar minhas decisões. E aprendi que abraçar essa causa as vezes é mais complicado do que parece. Aprendi que um olhar da pessoa amada serve não só para dar conforto, mas também tem o incrível poder de renovar o coração, ainda que este coração não esteja lá muito bem. Aprendi que o perdão é sim atitude dos fortes. É preciso enfrentar os outros e a si mesmo para perdoar, e isso é uma grande batalha. Os fracos nunca perdoam. Aprendi que posso ser forte à minha maneira e que não preciso prestar contas do que sinto, embora as vezes ache isso necessário.

Aprendi que é muito fácil decepcionar uma pessoa...e que a decepção de um amigo, acaba em pouco tempo se tornando a sua. É só uma questão de tempo. Mas se você souber pensar de forma limpa, pode se livrar desse peso com mais serenidade. Aprendi que acima de tudo preciso ter serenidade, para mudar o que eu puder mudar e acima de tudo entender e aceitar aquilo que não posso. Aprendi que o perdão não me diminui como pessoa, mas me dignifica, visto que posso entender o erro do outro e entender também que qualquer um é passível de erro, inclusive eu.

Aprendi que posso não ser perdoada pelos outros, mas se for perdoada por mim isso basta. Aprendi que se as coisas não vão bem, não é o fim do mundo. Depende de mim fazer o melhor ou o pior com aquilo que me é dado. Aprendi que posso sofrer e me levantar mais forte em seguida e que me amar é as vezes é mais difícil do que amar ao próximo, já que conheço bem os meus defeitos. Aprendi que apesar de não ser perfeita, também posso ser amada, se não pelos outros, ao menos por mim.

Aprendi que também posso ser bonita, inteligente, simpática, desde que me sinta dessa forma. Os nossos sentimentos interferem diretamente na nossa visão de mundo e na forma como somos vistos. Aprendi que posso amar, mas só serei amada se me permitir ser. A vida é isso, um constante jogo de permissão e negação. Ao negar uma coisa, você a afasta de si. Ao aceitá-la, ela passa a fazer parte de você, do que você é. Aprendi que sou responsável pelas minhas escolhas e principalmente pelo que me torno através delas. E aprendi que posso ter uma vida linda e que isso depende inteiramente de mim.

Sei que não sou perfeita e por isso não procuro perfeição em ninguém. Também não quero que procurem em mim. Sei que nem sempre meus amigos aprovarão minhas decisões, mas se forem amigos, entenderão minhas escolhas, embora não as aceitem. Sei que a vida pode ser um sobe e desce de emoções e que eu posso explodir em lágrimas ou risos, mas é exatamente isso que eu quero: me sentir viva.

Sei que com o erro se aprende...e é por isso que eu quero passar a vida errando. Para não acordar um dia e me ver perfeita...e acabar descobrindo que, em meio a preocupações desnecessárias, por causa de receios e medos, eu acabei desistindo dos meus sonhos, troquei o que queria pelo certo e me arrependi amargamente por isso. Aprendi que o sofrimento modela a alma, dá um polimento a mais no caráter e, mesmo que aos olhos dos outros não exista saída, eu sei que existe...porque na minha vida, sou eu quem abre as portas. Enfim, aprendi que sou o que sou, com meus defeitos e qualidades. E aprendi que minha vida é perfeita... e eu realmente não mudaria nada!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Verão



Hoje o dia é de sol e de ser. Preciso do mar, do sal no corpo, da areia quente...preciso dançar e lavar a alma à cerveja! Preciso de rua! Sou toda rua... Hoje nada me atinge! Acordei intocável e embora meu telhado seja de vidro, enfim, aprendi a me desviar das pedras.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Um amigo é um tesouro


Aprendi que uma grande perda nunca vem sozinha. Sempre se perde algo no caminho... Aprendi que as verdadeiras amizades surgem nessas horas tristes... e aprendi que existem amigas que estão além da amizade: são as amigas irmãs. Com elas, você pode atravessar a cidade para tomar apenas duas cervejas... pode rir até chorar enquanto conta as moedinhas em cima da mesa... conta casos, conta tristezas. Uma amiga especial, que não se importa em beber com você, mesmo se estiver tomando antibióticos e analgésicos por causa de um dente operado. Tenho uma amiga que não cabe em si de tanto amor. É uma dedicação de anos. Uma amiga forte, que está sempre por perto, embora eu esteja, as vezes, muito longe. Tenho uma amiga que é um anjo... que ri, sofre, chora...ama. Uma amiga que será para sempre minha, não importam as circunstâncias. E eu sou dela. Uma companheira para todas as horas...todos os momentos. Adoro saír por aí com essa amiga e me divertir com as loucuras dela. Adoro nossas estórias...e adoro cada minutinho com essa pessoa tão especial! Amiga, você é um pilar na minha vida! Te amo de uma forma que não me cabe no peito! Obrigada por tudo, Camila!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Soneto de Infidelidade


De tudo o que restou serei atento
Mas nem sempre, nem com zelo ou encanto
De modo que suporte sem maiores danos
O fim trágico dos meus sentimentos

Já não resta muito tempo
Pois me envolvi numa teia de enganos
Forcei sorrisos e derramei prantos
Mais por pesar que contentamento

E assim, de alma despida
Ansiando pelo fim, inevitável e doloroso
Me agarro num recomeço, duvidoso mas confortante

Desejando que esse amor (odioso):
Se acabe na paz de um instante
E me dê liberdade por toda a vida.