quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

E agora José?


José acordou cedo, como todos os Josés. Com seu macacão de operário, partiu rumo ao metrô. Estava lotado, como de costume e ele chegou ao trabalho atrasado, mais uma vez. Não é fácil cumprir horários numa cidade tão grande. Mas o chefe de José não entendeu, como todos os chefes. E José se viu sem rumo, caminhando só pelas ruas cinzentas. O dia era de sol, mas José não via. Perdido no tempo, ele remoía o café mal tomado e a noite mal dormida. O peso nos ombros incomodava. Peso de ser José no mundo. No peito, levava as vozes de todas as construções, mas não conseguia fazê-las ecoar. Sua própria voz já não lhe pertencia. O que era seu? Em passos lentos ia rasgando as praças e calçadas sujas num silêncio que ardia nos olhos. Ouvia ao longe uma pergunta sem resposta que subia ao céu como numa prece. E ele seguiu embalado num samba que era a história de sua vida. “Você marcha José, José, para onde? José, para onde? E agora José?”

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quem é o povo?


Todos nós precisamos de algo em que acreditar e por isso buscamos os ídolos. Essas pessoas de qualidades caras aos nossos olhos nos motivam através do exemplo, tornando-nos melhores ou piores. O fato é que, boa ou má, a influenciação dos jovens por figuras públicas é uma constante.

Num passado não muito distante, os grupos que faziam a cabeça da juventude eram RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, Barão Vermelho, Kid Abelha, Ira! entre outros. Todos carregados pelas impressões de um mundo recém saído da Guerra Fria, com fortes influências norteamericanas e focados na política nacional e nos movimentos estudantis. As letras produzidas se eternizaram por sua presença de espírito ao relatar eventos sociais de forma clara e engajada.

Hoje, porém, o que se vê são grupos sem grandes temas, alheios aos fatos de seu tempo e sem maiores pretensões. Não tem essência e são prefabricados em conformidade com o estilo dominante. São literalmente feitos para o sucesso, mas não para a história e seus fãs apenas reproduzem essa triste realidade.

Quando analisamos a letra de Ideologia, não é difícil perceber a avalanche de sentimentos que vão desde a avidez por mudanças até o pseudoconformismo com a estagnação. Isso porque Cazuza nasceu na elite que sempre desprezou e que agora o recebia novamente em seus círculos sociais. Num país em que os partidos de esquerda prometiam inovações utópicas, a realidade de corrupção e jogos de influência incomodava. Assim, com seus sonhos quebrados frente a fatos que não poderia mudar, ele mergulha num pessimismo amargo e áspero relembrando seus heróis, entre eles Jim Morrison, Janis Joplin e Jimi Hendrix,que perderam a vida para as drogas.

Cazuza se rebelava contra a política suja que via e claramente buscava algo em que acreditar. Essa revolta interna que transbordava em palavras secas ecoou não só na memória dos que viveram nesse período, mas também nas vozes de tantos outros que ainda hoje se sentem tocados por esse hino de guerra ao sistema.

A verdade é que a nova geração não tem nada efetivamente produtivo para passar adiante. Enquanto no mundo o clima é de revoltas em massa, nosso país segue na mais perfeita paz: a paz dos que se sujeitam aos mais severos desmandos de políticos sem demonstrar a devida indignação. É preciso questionar, se fazer ouvir, ir às ruas, lutar! É essa inércia desmedida que gera nosso atraso e não as falhas do governo, como se diz por aí. Todos dizem que o povo tem o governo que merece, mas quem é o povo? Na hora de reclamar, "todos nós", mas na hora de fazer, é “ninguém”.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Amado meu



Que nossos momentos de tristeza não sejam maiores que nossas alegrias.
Que as nossas vitórias sempre pesem mais que nossos tropeços.
E que ao cair, possamos levantar juntos, porque assim Deus quis, quando cruzou nossos caminhos.
Que nossas desavenças sejam superadas e nunca sirvam de pedras para serem atiradas oportunamente.
Que nosso lar seja sempre abençoado, sagrado e imune às pequenezas desse mundo, porque nosso amor não é desse mundo e não pode ser mensurado.
Que no seu abraço eu encontre a paz que preciso para viver meus dias e que meu colo seja o seu refúgio de todas as horas.
Que Deus fale através de mim aquilo que for para o seu crescimento e que, da mesma forma, Ele possa agir por você dando-me palavras de força e fé.
Que eu veja em nossos filhos a esperança nos dias bons e que, por amor a eles, possamos ser exemplos de coragem e união inabalável.
Que nossos sonhos se encontrem como afluentes de um mesmo rio, somando forças, tomando proporções cada vez maiores, até atingir a imensidão do mar.
Que meu coração te ampare quando o mundo cair sobre seus ombros, da mesma forma que o seu vai me acolher quando meus passos fraquejarem.
Porque amor não é acaso nem renúncia. Não diminui nem condena.
Amar é compreender acima de todas as coisas.
Afinal, o acaso une pessoas, mas só Deus une almas.
E a renúncia não existe, porque tudo é pensado a dois.
Amar é partilhar todos os momentos, com a sabedoria dos velhos e a doçura das crianças.
É não precisar do outro, mas saber que com ele se chega mais longe.
Amar é se entregar às incertezas da vida ao lado de uma alma-irmã.
Por isso eu entrego a Deus o amor que temos e peço que Ele renove nossas forças e nossos votos.
E que esse amor seja luz e benção divina, amparando nossos espíritos e nos conduzindo ao Pai.



Que a paz reine hoje e por todos os dias de nossas vidas.



Assim Seja!

 
(Dedico este texto a um casal muito especial que, por um motivo ou outro, acabou se esquecendo o que realmente são um para o outro...)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poeira de estrelas



Quando você foi embora, pai, eu chorei.
Quis tanto te agarrar pelo braço...
Mas a força me faltou na hora.
Ficou só o silêncio.


Outro dia relembrei velhos rostos.
Pensei ter visto o seu e me abri num sorriso.
É que a esperança mora nesse peito.


Sinto que meus versos te embalam a noite.
E sei que na minha calma se esconde sua presença.
Somos uma coisa só.

Porque tem coisas que não se acabam no óbvio.
Elas transcendem o céu e o tempo.
São como singelos pedaços de Deus.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Amor...



Há quem diga que ninguém é melhor que ninguém. Eu discordo. Acredito na superioridade dos bons.
Quem ama mais é sempre melhor que quem ama menos, independente de classe, cor ou crença.
O amor nos aproxima do divino e é mais forte que todas as orações juntas. Só ele detém em si a força da mudança. Sem ele, os outros sentimentos são vazios.

"Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria".
Porque o amor é o começo e o fim.
É a única e verdadeira imagem de Deus.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Flôres de Barro



Vi seus olhos reluzentes
De sonhos quebrados em casca imunda
Como semente lançada à terra
Como alfinetes, na carne nua

E fiquei ali, sufocada
engasgada, aturdida
Onde estão os meus entraves?
Que tenho feito de minha vida?

Em pequenos goles torpes
de certezas infernais
percebi o que os santos não falam
no silêncio das catedrais

É que as vezes Deus brinca de Guerra
Com soldadinhos medievais
Perdidos no meio das trevas
tratados como animais

Nessa terra cheia de opostos
como céu e inferno o são
parece que a glória está longe
e toda dor é em vão

Mas para surpresa de todos
o eterno se faz presente
em anjos de asas tortas
invisíveis ao peso das horas
visíveis para quem sente...


Ps.: Porque nem sempre o belo se apresenta em cores. As vezes ele é pálido como as verdades da vida e nem por isso deixa de ser fantástico e lindo. (Isa Albernaz)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Dois


 


Esse coração que agora fala, irradia luz como o Sol. É terra fecunda, semeada por um sentimento sólido e sutil, capaz de coisas grandiosas. Sentimento que se escreve com “S”, de saudade, aquela que antecede o encontro. Com o mesmo “S” escrevemos nossos sonhos, que um dia serão verdade. E certa da infinidade de outros “S”s, que serão nossos sorrisos, digo que seremos felizes na simplicidade de nossos dias. Isso porque nosso amor é simples, desinteressado, sublime e superior às pequenezas desse mundo. Somos um salto cego dado às pressas, sem saber onde cair. Mas o risco faz valer a pena e, sendo com você, é a melhor sensação do mundo!

Sei que se o tempo separar nossos caminhos, ainda assim restará muito de nós em mim. E isso me alegra, porque vejo o quanto nossa simplicidade nos faz grandes e completos. E percebo que, sendo Deus um Ser simples, as coisas simples serão por Ele duplamente abençoadas. É nisso que acredito. Amar você é uma dádiva. Meu duplamente abençoado amor...


Ps.: (...) Os grandes amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção, mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide..."  (Tati Bernardi)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Anjinho


Bebo seu melhor sorriso e absorvo suas cores para refazer meus cacos desbotados. Porque, embora não precise do seu colo, sei que só nos seus braços a plenitude me alcança. A verdade é que posso ser o que quiser quando você caminha comigo. E eu não tenho pressa. Sei que a caminhada é árdua, como são as coisas mais preciosas dessa vida, mas sei também que vale a pena, como vale o nosso amor. Te amo, e essa é uma das poucas certezas que tenho. E ultimamente, essa certeza tem me colocado de pé todos os dias. Porque, embora não precise de você para caminhar, sinto que me falta o chão quando você some... E se isso não é amor, posso dizer que desconheço a totalidade das coisas desse mundo.


P.s.: "Porque de vez em quando a poesia não está nas linhas, entrelinhas, reticências, letras do Djavan, na voz da Marisa. De vez em quando a poesia habita dois corações. E apenas dois corações sabem do que são capazes". (Natália Anson Lima - Na Cafeteria)

Raio de Sol...


A graça da vida é rir de si mesmo e acreditar que as coisas se resolvem.
É conseguir ter fé nos dias bons, mesmo que eles estejam distantes.
É levar no peito um amor do tamanho do mundo e permitir que ele saia pelos poros numa onda de energia.
A graça da vida é viver em paz...
É acreditar que os bons fluidos transbordam mundo afora, apensar do mar de incertezas que é a nossa própria existência.
Viver é uma mistura de tudo que há de mais extremo, sejam alegrias ou tristezas.
E é nesse mar de incertezas que meu coração navega...
Se feliz ou infeliz, pouco importa.
Sei que nada é em vão...
Cada nova marca é uma passagem, um indício de que não vim aqui a passeio.
Não sou daqui e não vim pra ficar, mas deixo o melhor de mim aos que quiserem.
E assim eu sigo.
Essa, e muitas outras, sou eu.

"Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção". (Oswaldo Montenegro)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Achados e Perdidos



Eu sou os passos que dei misturados às lágrimas e sorrisos
que escorreram de mim.
Sou uma força que nem sei se tenho...
Um incontrolável vazio que inacreditavelmente tem a sua forma.
Não é acaso...
A verdade é que sou uma mistura de cores sem moldura.
Tenho toda capacidade de ser, mas é estranho, sou só metade.
O resto de mim se perdeu em algum canto...
Por Deus, onde foi que perdi meus sonhos?
E pior, onde foi que eu perdi Você?



P.s.:"Nada muda no mundo quando você não caminha ao meu lado. As pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que eu não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar." (Tati Bernadi)

domingo, 15 de maio de 2011

Num planeta distante...


 E foi então que o Pequeno Príncipe desceu num planeta diferente. Era cheio de vida, cores e aromas. Pássaros voavam e cantavam melodias diversas, dando ares de paraíso àquele lugar mágico. Assim, quase em transe, absorvido pela forte energia que o envolvia, o garotinho saíu explorando com olhos atentos a cada movimento. De repente, eis que se depara com um passarinho:

Passarinho: _ Olá, menino! Que faz por aqui?
Príncipe: _ Procuro algo que ainda não conheço.
Passarinho: _ E como vai saber que encontrou, se não conhece?
Príncipe: _ Não sei, mas procuro. A graça da vida é isto.

E seguiu a passos curtos, mãozinhas para trás, olhos fixos no horizonte. Foram horas de caminhada até que o nosso herói avistou um campo aberto que tinha em seu centro um enorme milharal. Cansado e faminto, pensou em colher algumas espigas e, nesse intúito, se aproximou da plantação. Porém, qual não foi sua surpresa ao ser repreendido por uma voz que parecia vir do vento. Olhou para os lados, mas não via ninguém. Assustado, perguntou:

Príncipe: _ Quem está aí?

E a voz disse: _ Olhe para cima.

Ao levantar os olhinhos apreensivos, o Princepezinho fitou um espantalho que o observava indignado.

Príncipe: _Quem é você?
Espantalho: _ Eu sou o responsável pela plantação que você invadiu. E a propósito, quem é você?
Príncipe: _ Sou um viajante. Tenho um planeta tão bonito quanto o seu. Mas por ser pequeno, não tenho milharais lá. Sua plantação me chamou a atenção. É grande como os campos de trigo que conheci a algum tempo. Sempre que me lembro desses campos, lembro também do amigo que lá deixei.
Espantalho: _Eu não tenho amigos, por isso nunca sou abandonado.
Príncipe: _Mas quem tem amigos, mesmo que estejam longe, nunca está só. Eles se fazem presentes sempre que pensamos nos bons momentos vividos junto. Por quê você não tem amigos?
Espantalho: _ Porque todos que se aproximam de mim tentam me conquistar para levar algumas espigas de milho. E quando conseguem, vão embora. Por isso não acredito em amigos. As pessoas são ruins e oportunistas. Sempre esperam conseguir algo em troca e, quando conseguem, não voltam mais. Pode pegar as espigas que precisa. Sei que você tem fome. Mas quando terminar, volte por onde veio. Não quero mais vê-lo aqui.
Príncipe: _ Mas eu não quero só as espigas. Quero também uma boa conversa. Quero te conhecer para que possa te cativar. Assim, quando eu for, não levarei apenas um pouco do seu milho. Levarei um pouco de você e deixarei um pouco de mim. Aí sim, seremos amigos.
Espantalho: _Não quero. Não gosto de conversas. Vou direto ao assunto. Ofereço o que esperam de mim e depois me esqueço de tudo. Não gosto de lembranças. Elas me irritam quando não tem ninguém por perto. E além disso, se ninguém se importa comigo, também não preciso me importar com ninguém.
Príncipe:_ Ninguém é tão forte que possa viver sozinho. E nem tão esperto a ponto de se esconder por trás das próprias atitudes. Você acha que está protegido dizendo e fazendo aquilo que esperam, mas todos sabem de suas carências e por isso se aproximam. Você só demonstra fragilidade agindo assim. Acha que é esperto, mas é igual a todo mundo e tem as mesmas necessidades. Não posso ajudar se você não quiser, mas se deixar, posso fazer algo diferente. Não vou te enganar para levar seu milho. Se você achar que mereço, dê-me o quanto quiser. Não me importo com a quantidade, desde que a oferta seja sincera. Se não for assim, não quero. Meu corpo tem fome, mas pode esperar. O que não pode mais esperar é esse seu coração faminto de sentimentos. Esse tipo de fome a gente só sacia quando deixa de querer ser esperto e passa apenas a não querer ser sozinho. Por quê você gosta tanto da solidão?
Espantalho: _Não gosto. As vezes quero fugir, mas acabo me aquietando porque essa liberdade me permite agir como bem entender em relação a mim e aos outros. Não tenho nada que me prenda, mas as vezes não sei se isso é tão bom quanto era antes. O tempo passa tão rápido. Nem me lembro mais quando isso começou, só sei que estou aqui, rodeado de pássaros que não mais assusto e que sempre me visitam sem nunca me notar. Eles vem, comem e vão embora. E sabe, acho que prefiro assim. Não sei mais. Sei que gostei de você, e não gosto de gostar das pessoas. Isso é ruim.
Príncipe: Por que é ruim gostar?
Espantalho: _Porque se você me cativar, ficarei preso a você. E quando você for embora, não poderei ir também. É melhor ficar só, com o coração vazio, do que só, com o coração cheio. Assim sofrerei menos.
Príncipe: _ Um amigo me disse uma vez que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. E sabe, é nisso que acredito. Eu o cativei e fui embora, mas deixei boas lembranças e ele sabe que também levei outras tantas. Somos amigos, e o fato de não vê-lo, não quer dizer que ele não exista.
Espantalho: _Eu só acredito no que vejo, e não o verei mais. Por isso, não quero que me cative.
Príncipe: _ Também aprendi que só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
Espantalho: _Tudo bem, você venceu. Pode me cativar, então.
Príncipe: _Não funciona assim. Você só vai saber se te cativei se sentir minha falta quando eu for.
Espantalho: _Isso é cruél! Se for assim não precisa. Já devia ter desconfiado, você é igual aos passarinhos. Pegue seu milho e volte, já disse!

E o Principe deu no Espantalho um abraço e se despediu dizendo:

_Não preciso do milho. Já tenho um amigo e dele só quero levar a boa conversa que tivemos. E espero que ele saiba: sempre somos notados, mas só aqueles que nos vêem com o coração nos reconhecem de verdade.

Assim, voltou-se para a estrada deixando para trás o Espantalho surpreso e enternecido. Agora eram amigos e nem a distância das estrelas mudaria isso.
Foram horas de caminhada até que novamente o nosso herói avistou o passarinho que o recebeu na chegada:

Passarinho: _E então, menino, achou o que procurava?
 Príncipe: _Sim, e agora posso ir para outras buscas.
Passarinho: _E como sabe que encontrou se nem sabia o que buscava!
Príncipe: _Sinto que encontrei e, quando a gente sente, é porque encontrou mesmo e pronto! Vocês grandes tem mania de dificultar as coisas. É tudo tão simples, como olhar pro céu a noite.
Passarinho: Você é um garoto estranho, mas tenho que admitir, isso que disse é verdade.

E os dois se despediram num sorriso mútuo. Mais tarde, de volta ao seu planeta, o Principezinho cuidava de sua Rosa e dizia a ela o que havia acontecido. Ela o ouvia atenta e nem imaginava que num planeta distante havia um Espantalho sorridente que via no amarelo do milho um significado a mais. Seu coração não tinha mais fome, e isso mudava tudo! E mesmo que aquele encontro nunca mais se repetisse, a estória continuaria diferente, mais colorida, cheia de aromas como aqueles campos mágicos que jamais seriam esquecidos.


Obs.: Os trechos marcados são originais da obra de Antoine de Saint-Exupéry (O Pequeno Príncipe). O restante do texto foi elaborado baseando-se na obra em questão. 

Dedico este texto ao meu amigo espantalho, para que saiba: todos nós temos um lugar no mundo.

sábado, 19 de março de 2011

Versos soltos


É preciso por ordem na casa, na vida, no coração
Tirar a poeira do corpo, o peso dos ombros 
Cantar a canção

É preciso ter mais que antes, ser mais que nunca, voltar atrás
Rever as verdades antigas, criar novos rumos
Acreditar mais

É preciso ter fé na gente, em Deus, nos dias bons
Seguir de cabeça erguida, olhar pra frente
Mudar o tom

É preciso quebrar barreiras, roubar estrelas, beijar o Sol
Saber que o riso sustenta a alma, afasta as mágoas
Faz tudo melhor

É preciso subir montanhas e lá do topo abraçar o céu
Ser grato diante da vida e ver nas crianças
O rosto de Deus

É preciso ter alma leve, coração puro, ficar em paz
Pensar que a razão de tudo é passar pelo mundo
Buscando mais

Mais luz pra nos guiar no caminho,
Um amor, um cantinho
E a presença de alguém 

Que preencha seus dias de risos
Te faça mais forte
E te queira bem...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Falando Sobre Vento...



O Amor é livre como um pássaro na janela
Não sabe se entra, não sabe se foge...
Mas observa passivamente todas as coisas,
com a calma que a eternidade lhe deu.

É um Anjo!

...