terça-feira, 5 de julho de 2011

Flôres de Barro



Vi seus olhos reluzentes
De sonhos quebrados em casca imunda
Como semente lançada à terra
Como alfinetes, na carne nua

E fiquei ali, sufocada
engasgada, aturdida
Onde estão os meus entraves?
Que tenho feito de minha vida?

Em pequenos goles torpes
de certezas infernais
percebi o que os santos não falam
no silêncio das catedrais

É que as vezes Deus brinca de Guerra
Com soldadinhos medievais
Perdidos no meio das trevas
tratados como animais

Nessa terra cheia de opostos
como céu e inferno o são
parece que a glória está longe
e toda dor é em vão

Mas para surpresa de todos
o eterno se faz presente
em anjos de asas tortas
invisíveis ao peso das horas
visíveis para quem sente...


Ps.: Porque nem sempre o belo se apresenta em cores. As vezes ele é pálido como as verdades da vida e nem por isso deixa de ser fantástico e lindo. (Isa Albernaz)

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