quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Particulares e particulandos...



Durante muito tempo eu quis fugir, deixar minha velha vida para trás. Então, enchi de sonhos a minha mala desbotada e fui abraçar aquilo que julgava ser o melhor. Se fosse ao menos um julgamento meu...mas eram apenas idéias alheias encrustadas na minha alma. Confesso que o desejo juvenil de buscar novos ares me impulsionou muito. Confesso também que não tinha preparo emocional para aquela mudança, ao menos não no momento. Mas mesmo assim, indiferente a tudo que fosse contrário, eu fui.

Levei na cara um bom tempo até entender como as coisas realmente funcionam...mas ter voltado ao começo me deu uma lição de vida. A gente sempre acha que o de fora é melhor, que estar longe é vantagem, que morar com uma turma de outros alienados programados para vencer é garantia de sucesso e que alcançar o que esperam de nós é de fato garantia de felicidade. Mas ninguém nos conta que a felicidade é alcançada nas pequenas coisas, que fazer tudo "como deve ser feito" não garante sucesso sempre e que bater por anos na mesma tecla deixa de ser persistência...e vira burrice. Não dizem também que somos os únicos responsáveis por nosso crescimento e que ter ou não lugar no mercado não depende de entrar numa faculdade X ou Y mas sim do que você aprende lá dentro e a forma como aproveita sua bagagem. Depende de como você sái e de não como entra!

Sei que aos olhos de muita gente "feita para o sucesso", opiniões assim não passam de justificativas para que uma fracassada se sinta melhor. Bom, a estes eu digo: só vivendo experiências que vão desde saír de casa aos 17, morar em cursinhos por dois anos, desenvolver transtornos alimentares, voltar para casa obrigada, fazer o curso pretendido ao lado do pai e em seguida perdê-lo, para saber como é. Não digo que perdi tempo. Ganhei maturidade para entender melhor as minhas escolhas e o que de fato tem importância na minha vida. Se eu ainda estivesse "lutando", talvez seria uma "felizarda" que passa em Federal. Mas eu sou apenas uma estudante de Direito numa particular. Que pena para mim... não terei o gosto de me jogar num gramado verde com outros "sortudos" hippongos que se julgam melhores que o resto da humanidade, nem vou usar minha "inteligência" para definir como o mundo funciona ou descrever a maneira patética com a qual a sociedade "evolui". Também não entrarei em manifestações duvidosas só para mostrar minha liberdade de expressão ou coisa parecida...

Não, sou uma humilde aluna de particular, que se contenta em abraçar seu curso com a mesma paixão de sempre, fazendo o melhor que pode a cada dia. Isso porque aprendi a não contar com respostas alheias nem me limitar ao ambiente onde me encontro. Meu sucesso depende de mim e não de professores ou instituições de renome. Até porque, muito do que estas instituições têm é realmente só o nome. Enfim, estou aqui, aluna de Direito da Faculdade Atenas, uma simples particular do interior. Isso me diminui como pessoa? Bom, só se eu for idiota como a maioria. Se me permitem dizer, sinceramente, não me importo com julgamentos fajutos e vazios vindos de pessoas vazias e limitadas. Sou aluna de particular, mas aprendi na escola coisas básicas, como a diferença entre "mal" e "mau". Paciência...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sorrisos, viagens e um pouco de chá...


Andei pensando...e acho que não sirvo mesmo para essas coisas de sentimento. É tudo tão vago e distante da realidade que nem parece real. Na maioria das vezes, não é real mesmo... Mas a gente se esforça para sustentar os sonhos e se agarra a qualquer sorriso como se fosse o último. 

Esse turbilhão frenético de lágrimas e flores deve ser uma forma simples de desenhar o amor. Digo desenhar porque figuras abrigam o infinito, variando sempre aos olhos de quem vê. Palavras não cabem nesse contexto. São limitadas e não suportam mais do que pode ser suposto em suas entrelinhas. Escrever sobre essas maluquices é assustador. Dá um gosto de qualquer coisa doce na garganta. Faz pensar que o mundo é uma aquarela louca de pessoas em sociedades alternativas.

O amor deve ser mesmo uma viagem alucinante que vicia ao primeiro contato. Algo lindo, etéreo, surreal e perfeito. Mas e quando a realidade invade a fantasia? Bom, é um risco, acontece. O que vale é a bagagem que se leva. Acho que os sorrisos são mais leves que as lágrimas, por isso as deixo para trás. Ter um coração leve faz de mim o que sou: uma sonhadora em seu mundo particular. Mas no meu mundo natureba e alternativo, o único vício permitido no momento é o consumo exagerado de chás. Que o amor é lindo, não tenho dúvidas. É até mesmo alucinógeno e viciante...mas o chá também tem suas vantagens e é muito mais seguro...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Heinn???


Aqui estou eu, mais uma vez, deixando caír da mente algumas palavras tortas...sem nexo. Já nem ligo, tudo que transborda impede que a alma exploda... Viajo nessa coisa torpe que me envolve. Quase dopada, me esqueço do dia que termina...e do outro que começa. As horas passam depressa. Tudo passa. No fim das contas, o que sobra do futuro? Nada muito além desse presente. Eu deveria pensar mais nas tragédias desse mundo...mas só penso na infinidade de outros mundos com tragédias piores. As crianças ainda morrem de fome...as da África e as do nordeste. Mas no nordeste tem palma...e a água suja que sustenta, então, tudo bem! O nordeste está para os coronéis assim como o Maranhão está para os Sarneys. Coisa boba...coisa pouca. E de que vale a minha vontade se até apagão vira arma política? A verdade, Veja bem, vai além da visão esquerdista. Vai além até mesmo das utopias petistas nas quais acreditei. Pensei que dar o peixe era uma urgência, mas me esqueci que é mais necessário aprender a pescar. O governo também se esqueceu. Amnésia eficiênte, fundamental para manter cativo o pobre brasileiro. Afinal, é importante dar migalhas que sustentem a miséria. Assim, mantem-se a dependência. Há muita coisa podre nessa República manchada. Coisas que eu sei...mas não entendo. O que eu preciso fazer para reagir? Talvez os caras-pintadas tenham a resposta...ou será que a Globo me ajudaria? Minha fé de brasileira me faz acreditar em dias melhores. Me faz até pensar em milagres. Mas essa fé, a mesma que me faz otimista, me cega e amarra os braços. Acreditar demais e lembrar de menos... Collor que o diga! Até quando?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Só saudade...


Acordei com gosto de saudade na garganta. Aquela que consome nas horas em que o Tempo se distrái. Fiquei assim, cheia de lembranças dos dias que não voltam, rodeada de sorrisos que já dei...e recebi. Tive medo daquele marasmo sufocante tomar conta de mim. Precisava respirar... Vejo quadros na parede. Olhos de papel impregnados de algo que não se apaga com os anos... Sempre os mesmos olhos, julgando e protegendo. Era tudo melancolia... Pequenas porções de vazio escorrem por entre os dedos. Pequenas porções de tristeza, salpicadas nos lençóis azuis. Seria o céu, não fossem as grades vermelhas. Liberdade falsa, felicidade ocre, sorriso amargo. Gosto de saudade... Sempre o mesmo gosto de saudade. Nunca tem fim.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mareando...


Hoje o dia fluiu devagar, como se quisesse escapar do próprio tempo. Acudi alguns rostos que se afogavam no meu mar de lembranças. Tormentos e tempestades castigavam a praia de areias mornas, pálidas. Na cabeça, um turbilhão de palavras que não ouso escrever. Quem ousaria? Noite fria. Momentos enraizados num lugar distante. Meus sonhos naufragam e com eles meu sono. Olhos calmos, cansados, marejados. Na maré baixa eu sigo recolhendo estrelas espalhadas pelo chão. O rio que salta dos olhos embala o mar como uma mãe acolhe o filho. Cantigas de ninar ecoam no horizonte. Ou seriam cantigas de saudade? Nem o mar pode dizer.