segunda-feira, 15 de março de 2010

Palavras tortas...


Para declarar o que não pode ser dito, usei minhas lágrimas. Assim, farta de lembranças, segui o sábio conselho de um grande homem: não olho mais para trás. E que seja sempre assim. Meu passado, companheiro, é a poeira da estrada que o vento leva. Não passa...flutua. Paira no ar a espera de um cantinho onde os olhos da Sanidade não chegam. Lá, onde a Melancolia se esconde, teias de saudade se desdobram em cascatas prateadas. Luz tênue, velhos pensamentos. O tempo passa lá fora, mas que diferença faz? Levo no ventre o filho das horas incertas. Seu nome é Abismo. O meu, é Solidão.

"Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
é a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
É o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol".


(Força Estranha - Caetano Veloso)

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