quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nada


Da soleira, vejo teu rosto. O mesmo de antes, calmo e observador. Sinto falta disso. Daquelas conversas que tivemos e das muitas que não aconteceram por motivos diversos. Tudo mudou tão rápido. Nem deu tempo de arrancar de mim aquelas velhas mágoas. Elas ainda estão aqui, em algum lugar no peito.

Por várias vezes questionei suas escolhas, mas nunca soube como se sentia. Hoje acho que entendo, ao menos em parte, a sua fome de viver e de realizar cada vontade. A verdade é que você sabia o quanto a vida corre, como se escorresse por entre os dedos. Quanto mais a gente tenta segurar, mais ela se espalha pelo chão.

Me arrependo de não ter aprendido mais. Talvez agora esteja pronta para seguir meu caminho. Talvez não. É que esses últmos anos foram estranhos. Sem dúvida, os mais significativos da minha vida. Vivi mais e sonhei menos, imagino. Logo eu, que vivia de sonhos, desaprendi a voar para caír nessa bola de fogo chamada Realidade. Fui tão absorvida por ela que minha fé tem sido meu único refúgio. Hoje acredito em tudo, até em bolas de fogo invadindo o céu. Será que estou louca? Já nem sei... Não seria prudente também perder futuras recordações com expeculações baratas sobre futuro. Será que ele existe? Perguntei ao Pai e à Mãe, mas eles não me disseram nada. Pode ser que no balanço das árvores ou até no próprio vento, a resposta tenha se escondido. Não sei e não saber sempre deixa um vazio na gente...

Sei que tudo passa e por isso não tenho mais pressa. Logo agora, que deveria viver mais, é que eu quero viver menos! Preciso aliviar a carga. Tem coisas pesadas demais comigo. Quero viver menos transtornos, menos desentendimentos, menos tristezas, menos estress. Fiz um compromisso com tudo que vive e vem de mim. Só vou viver o que for realmente bom o bastante para valer meus preciosos dias. Se essa loucura for real, terei serenidade. Se não for, terei conhecimento.

Tudo se renova, tudo passa, tudo tem pressa. Por isso estou num resgate alucinante de tudo que perdi e me agarro à cada sorriso novo. Quem sabe encontro o que falta? Se é que falta alguma coisa. Não há como saber... e eu também não quero a verdade. Prefiro a minha verdade, a que vejo no calor do Sol, na persistencia da Água, na suavidade do Vento. O absoluto se faz em mim, na Águia Azul que sou. Por isso não quero a pequenez da existência. Ninguém deveria querer! Tudo é um grande ciclo que se fecha e isso explica todas as coisas. Se somos mesmo pó das estrelas, então o mistério da vida está revelado. Estamos aqui, onde outros estiveram e para onde outros virão. O que há depois daqui não pode despertar outro sentimento que não seja o de fascinação. Afinal, como poderia ser diferente se todos somos agraciados com o dom da Eternidade?

3 comentários:

marcio lelis disse...

belissimo blog.


visite o meu quando puder.

abraços do lelis

Isa** disse...

Obrigada pela visita, Lélis! Pode deixar, visito sim!

Abraços! \o

Anônimo disse...

Acho que da última vez uqe vim aqui o blog tava diferente!!!!